domingo, 30 de janeiro de 2011

A segunda semana

      Meta da segunda semana: correr 10 minutos no total (5 x 2' corrida / 1' caminhada).

      O DESAFIO
    No primeiro dia dessa segunda série, confesso que não fiquei muito feliz com meu desempenho. Talvez tenha sido por cansaço, ou talvez pura preguiça mesmo, mas fato é que não consegui completar a meta da semana. Ao invés de correr 5 vezes durante 2 minutos, corri apenas 3, e as duas últimas vezes corri apenas 1 minuto. Mas como a fofa da Larissa me mostrou nesse site aqui, "even a bad run is better than no run at all", então isso acabou não abalando minha motivação no geral.
     A segunda vez foi bem melhor, tanto que eu acabei a série de 5 corridas de 2 minutos sem estar cansada (e sem falta de ar!), querendo até correr mais. Mas achei melhor segurar a emoção e não puxar muito, já que ainda estou bem no começo. Achei interessante sentir essa disposição toda justo no dia em que fui à academia à noite, ao invés de de manhã, como em todas as outras vezes. Acho que vale a pena tentar de novo pra ver se rendo melhor nesse horário.
    Ontem, o último dia da série, também foi relativamente tranquilo. A dificuldade pra respirar ainda me incomoda bastante, mas comparando com a primeira semana, já está bem mais fácil de lidar com ela. Estou confiante pra começar a terceira semana do running plan. :)


      MOTIVAÇÃO
     E é com muito orgulho que digo que sim, minha motivação ainda continua super em alta! Sério, nem eu estava botando tanta fé que eu continuaria empolgada à medida que as metas fossem ficando mais difíceis. Mas eu continuo ansiosíssima pela próxima corrida!


      UMA DICA
     Algo que tenho achado bastante útil (e acho que vai ser ainda mais útil à medida que os minutos correndo forem aumentando), é resistir ao primeiro - e muitas vezes também ao segundo, terceiro - impulso de olhar no relógio pra ver quanto tempo ainda falta correr até a próxima pausa. Olhar pro relógio toda hora dá a impressão que o tempo passa mais devagar e que você está correndo há muito mais tempo do que realmente está, aumentando a sensação de cansaço.
     A solução que achei então foi resistir o máximo possível, e deixar pra olhar só quando faltarem uns 10s (é incrível como vc desenvolve uma percepção boa de quanto tempo você já correu depois de duas semanas, quase sempre estou certa). O efeito disso na moral é enorme, porque você vai olhar pro relógio, ver que já correu tudo o que precisava, dar um sorrisão de orelha a orelha e ter aquela sensação deliciosa de missão cumprida.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A primeira semana

      Meta da primeira semana: correr 7 minutos no total (7 x 1' corrida / 1' caminhada).

      ERROS E ACERTOS
     A primeira semana foi de testes e ajustes: teste de frequência, de velocidade, enfim, dos meus limites em geral. E como era de se esperar pra um iniciante, cometi alguns erros along the way.
     O primeiro erro foi ter exagerado na frequência da corrida. Naquela empolgação toda característica de quem começa a fazer uma atividade nova, comecei correndo todo dia. Primeiro e segundo dias foram ok, mas do terceiro pra frente a coisa só piorou. Sem tempo pros músculos (totalmente despreparados) se recuperarem do esforço, o que eu vi foi meu rendimento, que já não era grandes coisas, diminuindo dia após dia. Quando cheguei no quinto dia nesse ritmo, decidi parar e, mesmo com medo de perder o pouco que eu já tinha alcançado, decidi correr em dias alternados. A melhora foi visível logo na primeira pausa que fiz. Correr sem dor e com os músculos descansados fez toda a diferença.

     O segundo erro, que na verdade foi mais uma questão de ajuste, foi a velocidade. Comecei correndo a 7km/h, o que eu logo descobri ser um pace super desconfortável, porque para andar é muito rápido, mas pra correr é muito devagar. No dia seguinte tentei então 8km/h. Quase morri. No final das contas, me decidi por 7,5km/h, diminuindo pra 5,6km/h nos minutos de caminhada pra recuperação.

      
      DIFICULDADES
     Meu maior problema tem sido, de longe, a respiração. As pernas não têm sentido tanto assim o esforço, tanto que sempre que eu sinto que preciso parar porque cheguei ao meu limite, é por causa da maldita falta de ar. A sensação é sempre a de não conseguir levar aos pulmões ar o suficiente quando eu inspiro. Não devo estar respirando direito e preciso ler mais a respeito. Caso eu ache algo que me ajudou, divido aqui no blog com vocês.


      RECOMPENSAS
     Apesar do cansaço e das dores musculares nos primeiros dias, acho que não conseguirei descrever direito aqui a sensação que é chegar ao final da meta estabelecida praquele dia ou semana. Você está cansado, suado, sem fôlego, mas extremamente feliz e satisfeito consigo mesmo por ter chegado ao fim. E ver o quanto você progride de corrida pra corrida, mesmo dentro da mesma semana, é mais motivante ainda. 
     Minha auto-estima foi outra que aumentou absurdos desde que comecei a correr. Estou me sentindo mais bonita, mais capaz, até ansiosa pela próxima corrida quando estou no dia de folga. Sempre fico com aquela curiosidade de saber se vou conseguir cumprir a meta estabelecida, se vai ser fácil, difícil... sim, e meu humor, não importa o quão ruim ele esteja no dia, sempre melhora depois da corrida. Confesso que sempre subestimei o poder das endorfinas, mas depois de começar a correr, tive que dar o braço a torcer.

A escolha do tênis

      Depois de definir um plano de corrida, saí em busca de um tênis apropriado pra correr. E o que fiz (e recomendo que quem puder também faça) foi ir atrás de uma loja especializada em corrida, ao invés de comprar tênis em loja de sapato. Na loja que fui eles fizeram de graça a análise do meu tipo de pisada (gait analysis é como chamam por aqui) em uma esteira pra poder recomendar o tênis com o melhor tipo de suporte pro meu pé. O teste é bem simples: você corre com o seu tênis, e depois vai testando pares novos e correndo novamente para ver se a pisada endireitou.


Imagem retirada do site www.coventryrunner.co.uk

      Apesar de essas fotos não terem sido da minha análise de pisada, elas ilustram bem como foi meu teste. Enquanto meu pé direito não tem nenhum desvio, o esquerdo é ligeiramente virado pra dentro. Por esse motivo, eu precisaria de um tênis que oferecesse um suporte maior do que os tênis "normais". E foi bem isso o que a foto mostra o que aconteceu: tênis velho, pisada torta, tênis com suporte adequado, pisada corrigida.
      O modelo que levei foi o ASICS Gel-1160, que eu achei mais confortável e com mais suporte do que alguns tênis da Nike que eu provei.
      Recomendo que quem puder também faça esse tipo de análise antes de comprar um tênis novo pra correr. Faz uma baita diferença. :)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A escolha do plano de corrida

      A META
     Estabelecer uma meta foi crucial no começo de tudo, porque eu precisava de uma que representasse um desafio, mas não um desafio grande demais a ponto de me desmotivar. Por isso mesmo foi que maratonas, meias-maratonas e 10km sequer passaram pela minha cabeça, e correr 5km confortavelmente (com ênfase no confortavelmente) me pareceu uma meta de bom tamanho.

       O PLANO
     Agora, como chegar nesses 5km depois de ter ficado mais de um ano sem fazer nenhum exercício físico é que era o problema. Andei dando uma olhada em vários planos de corrida ditos para iniciantes, mas eles não pareciam muito promissores, pois logo na primeira semana exigiam muito mais do que o meu fôlego era capaz de aguentar.
    Acabei me decidindo então pelo plano abaixo, sugestão da Larissa (brigada, bee!), e que pode ser encontrado nesse site aqui. Ele sim parecia estabelecer metas mais realistas pra quem realmente está começando do zero.


Semana

Caminhada em Minutos

Corrida em Minutos

Número de vezes

Tempo total

1

1

1

7

14

2

1

2

5

15

3

1

3

4

16

4

1

4

4

20

5

1

5

4

24

6

1

6

4

28

7

1

7

4

32

8

1

8

4

36

9

1

9

4

40

10

1

10

4

44

  
      ESTEIRA vs ASFALTO
     Confesso que não dediquei muito tempo a pesar os prós e os contrar de correr na rua vs correr em academia. Logo de cara a academia me pareceu o melhor lugar porque, além da corrida, eu poderia fazer musculação e aulas para fortalecer as costas e mandar embora de vez as dores malditas (afinal, essa foi a motivação inicial pra eu começar a me exercitar). Além disso, com esse tempo imprevisível (e frio!) aqui da Inglaterra, principalmente agora no meio do inverno, seria bom saber que eu ia sempre treinar em um lugar sequinho e aquecido.
     No fim das contas, acho que isso só vai me prejudicar mesmo no dia em que eu resolver participar de alguma competição ao ar livre, mas até lá tenho tempo o suficiente para me acostumar a correr fora da esteira. De qualquer forma, isso são outros quinhentos, já que no momento ainda nem estou pensando em competir.

Começar é sempre a parte mais difícil

The White Rabbit put on his spectacles. "Where shall I begin, please your Majesty?" he asked. "Begin at the beginning", the King said, very gravely, "and go on till you come to the end: then stop."
- Lewis Carroll, Alice's Adventures in Wonderland

      O título desse post se aplica tanto a começar esse blog quanto à atividade que me motivou a começar a escrever. Mas como diz o Rei de Copas, comecemos do começo, ou seja, de como eu decidi deixar de lado minha vida sedentária e embarcar na corrida.

      Eu vinha levando uma vida totalmente sedentária há mais de um ano, desde que vim morar na Inglaterra no final de 2009. No final desse mesmo ano sofri um acidente de bicicleta e fiquei meses sem conseguir andar direito. No entanto, a situação só ficou mesmo insuportável no final de 2010, quando a falta de exercícios e postura incorreta decorrente de tardes infindáveis estudando na biblioteca da faculdade resultaram em dores insuportáveis nas costas e pescoço, que acabavam refletindo em outras partes do corpo e me dando dores de cabeça excruciantes praticamente todo dia.

      Ao chegar no Brasil pro Natal, decidi consultar um acupunturista que, depois de várias agulhadas e massagens extremamente dolorosas, me deixou com o aviso que se eu voltasse pros meus hábitos antigos, não tinha massagem e acupuntura que fosse resolver meu problema, que poderia acabar se tornando crônico.

      Voltei pra cá então decidida a começar a me exercitar, mais motivada pelo medo de voltar a sentir dores do que por outra coisa. O problema é que eu sempre odiei academias, e voltar a fazer ballet estava fora de questão porque o acidente de bicicleta me deixou com um tornozelo ruinzão pros tipos de movimento que o ballet requer (meia-ponta, ponta, etc). Como professora de inglês, nunca vi com bons olhos aqueles alunos que chegavam pra estudar dizendo que já haviam começado cursos de inglês trocentas vezes, mas acabavam sempre largando por diversos motivos e tendo sempre que começar tudo novamente. Engraçado é que eu mesma fiz isso minha vida toda com academias. Já devo ter me matriculado em academias pelo menos umas 10 vezes desde os meus 15 anos, e nunca durei mais do que 3 meses em nenhuma. Eu precisava então de algo a mais, além do medo de voltar a sentir dor, pra poder não só suportar, mas quem sabe até me divertir fazendo atividade física.

      Foi aí que, graças ao incentivo do pessoal de um fórum de que participo, decidi começar a correr. "Mas Rossana, assim do nada, depois de tanto tempo parada?" 
      Sim! E nos posts seguintes (que eu prometo que serão bem mais curtos), vocês vão poder não só ter uma idéia de toda a preparação que fiz antes de começar nessa empreitada, como também acompanhar meu progresso semana a semana e quem sabe até se inspirar pra começar essa atividade, que requer pouco mais que um bom par de tênis e motivação o suficiente. ;-)

      "E esse blog?" 
      A idéia do blog surgiu como forma de dar um boost extra na minha motivação, já que reportar meu progresso aqui acaba reforçando o compromisso que tenho com minhas metas. 

      Pra finalizar, acho importante esclarecer que esse blog não se propõe a dar nenhum tipo de conselho profissional pra quem quer começar a correr. O que vocês vão encontrar aqui são apenas minhas impressões, opiniões e tudo o que fiz ou li desde que decidir embarcar nessa. :)